A Bíblia diz muito sobre a criação de filhos; alguns princípios e até práticas podem ser encontrados nas páginas do Antigo e do Novo Testamento.

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento das ciências pedagógicas, psicológicas e pediátricas alimenta a discussão sobre a criação de filhos: o que é certo, errado, aconselhado ou desaconselhado fazer como pais.

Um dos princípios mais debatidos é o da disciplina física. Os movimentos modernos da sociedade lutam pela abolição do uso da disciplina física, considerando-a como antiquada e sendo na verdade, simples violência física.

Por outro lado, a Bíblia vê utilidade nessa prática, em especial em versículos como:

A vara da correção dá sabedoria,
mas a criança entregue a si mesma
envergonha a sua mãe.
- Provérbio 29:15

Usar a vara como disciplina, não como violência

É importante notar que a principal fonte bíblica para esse tipo de prática vem de Provérbios, um livro de sabedoria. Isso porque a atitude de disciplinar fisicamente o filho era vista pela sabedoria do antigo Oriente como algo sábio.

Dessa forma, a disciplina física é vista com bons olhos, em especial como complemento/incentivo ao restante da educação bíblica. Por exemplo, de forma a impor limites aos filhos ou a reforçar (além do diálogo) que uma atitude é errada.

Disciplina é a capacidade de seguir o caminho correto. Deus disciplina os Seus filhos, de forma que possam andar segundo a Sua vontade. Dessa forma, quando o cristão disciplina os seus filhos, deve lhes ensinar o caminho de Deus.

Na perspectiva bíblica, o uso da vara deve ser para a punição do erro, não como incentivo ao correto. O maior incentivo que existe é o amor; os pais devem amar os seus filhos e, por meio desse amor, mostrar-lhes a verdade.

O que a Bíblia não instrui, porém, é a violência física. Sim, existe uma grande diferença entre disciplina e violência. O pai ou a mãe que disciplinar fisicamente o filho deve sempre medir a sua força, dar motivos e tomar cuidado com exageros; não deve haver sentimentos de felicidade ou alívio na disciplina, mas de tristeza por ter que fazer aquilo.

A violência, seja física ou psicológica, contra crianças é fortemente condenada, o que configura crime. A criança possui o direito à liberdade, a brincar e a se desenvolver. A igreja deve fornecer meios para que as crianças possam se desenvolver no seu âmbito espiritual e instruir os pais nessa tarefa também.

Dessa forma, fica muito claro que aquilo que os pais devem ensinar não é violência, mas bondade, justiça e misericórdia. O alvo da educação dos pais é transmitir o evangelho aos pequeninos, não os maltratar.

Veja também: