Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que vocês sejam curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
- Tiago 5:16

Podemos e devemos orar uns pelos outros. É um mandamento de Deus para o seu povo. Essa tarefa não diz respeito somente aos líderes da igreja. Todo cristão tem a responsabilidade de interceder pelos seus irmãos em Cristo.

Nesse versículo, além de afirmar que devemos orar uns pelos outros, Tiago também menciona a prática da confissão, associada à oração, como um ingrediente importante para a cura.

A confissão de pecados hoje

Confessar um pecado para outras pessoas, não pode ser considerado essencial para o perdão desse pecado. A maioria dos pecados que cometemos podem e devem ser confessados somente a Deus (I João 1:9).

Dois exageros têm sido cometidos na área da confissão de pecados:

1. A obrigatoriedade da confissão pessoal em todas as situações de pecado.

Nem todos os pecados precisam ser confessados para outra pessoa. A confissão pessoal deve ser espontânea e como resultado de um acompanhamento prévio ou discipulado.

2. A banalização da confissão pública em todas as categorias de pecado.

Nem todos os pecados precisam ser confessados publicamente. A confissão pública dos pecados deve acontecer somente quando for necessária para corrigir, disciplinar ou tratar uma situação.

Somente pecados públicos precisam ser tratados de forma pública. É importante que essa confissão pública na igreja sempre seja acompanhada pelos líderes locais.

A confissão de pecados na perspectiva bíblica

Nem toda enfermidade é resultado de pecado. Entretanto, algumas enfermidades estão relacionadas diretamente com pecados cometidos (I Coríntios 11:29-30).

Em algumas situações, a confissão dos pecados pode ser necessária, antes de acontecer a cura, seja ela física, emocional ou espiritual.

A confissão de pecados pode ser um recurso essencial para a cura e a libertação, desde que aconteça dentro de um contexto zeloso e amoroso:

  • A confissão pública, em alguns casos, pode ser necessária para se manter transparência e a santidade na igreja local. No entanto, tudo deve ser conduzido com muito respeito e temor a Deus.
  • A confissão pessoal pode ser muito útil porque estimula a vigilância e o compromisso. A confissão pessoal é um recurso muito usado pelos psicólogos e psiquiatras. Muitas vezes, do ponto de vista emocional, a simples confissão já produz a cura necessária. Todavia, precisamos ter o cuidado de confessar os nossos pecados somente para pessoas que sejam de confiança e maduras na fé.

Veja também: versículos sobre confessar os pecados.

A confissão e a oração sempre promovem a cura?

Toda a cura vem de Deus, seja milagrosa ou terapêutica. Mesmo que a intervenção seja medicamentosa ou cirúrgica, a cura sempre vem de Deus, que proporciona soberanamente os meios e os recursos para que ela aconteça.

Porém, Deus nem sempre cura. Precisamos entender que a cura acontece somente quando isso faz parte do propósito de Deus.

  • O Profeta Eliseu realizou grandes milagres, incluindo a cura de Naamã, que era leproso (II Reis 5:1-14). No entanto, o próprio profeta sofreu de uma enfermidade, que o levou à morte (II Reis 13:14).
  • O Apóstolo Paulo suplicou ao Senhor que o livrasse de um "espinho na carne", e Deus disse que a Sua graça era o que lhe bastava (II Coríntios 12:8-9).

Deus não tem a obrigação de nos curar. Ele faz isso por graça e misericórdia, e segundo a Sua boa vontade (I João 5:14).

A nossa responsabilidade é nos arrependermos dos nossos pecados, confessarmos para alguém quando for necessário, e clamarmos a Deus diante das enfermidades.

Mesmo não sabendo o que Deus fará, devemos orar com fé.

Tiago termina o seu raciocínio sobre a "eficácia da súplica do justo" mencionando o exemplo de Elias. Ele era um homem como nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou com fervor para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. Depois, orou de novo, e voltou a chover (Tiago 5:17-18).

Ouça esse devocional e ore por seus irmãos

Veja ainda:

Referências Bibliográficas:
BÍBLIA DE ESTUDO NAA. Barueri, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento interpretado. São Paulo: Editora Hagnos, v. 6, 2002.
SHEDD, Russell. Disciplina na igreja. Vida Nova, 2013.