Muito se tem dito e debatido sobre o uso do nome Yeshua, alguns argumentam que é o nome original de Jesus e que só esse tem poder e autoridade. Outros, explicam que não há diferença entre usar o nome original e sua tradução.

O que significa Yeshua

Yeshua seria o nome de Jesus em hebraico. Seu significado é “o Senhor é salvação” – nome que aponta para o ministério e obra de Jesus Cristo.

No Antigo Testamento, Yeshua foi o nome de Josué, e apontava para a ação de Deus na conquista da Terra prometida. Já para o ministério de Jesus, seu significado seria ainda mais relevante, por mostrar o que Jesus fez na cruz por toda humanidade.

José, Josué ou Jesus - a confusão dos termos

Para entender essa discussão, é necessário definir bem algumas coisas. Em primeiro lugar, saiba que o Antigo Testamento (AT) foi escrito em hebraico, enquanto o Novo Testamento (NT) foi escrito em grego.

Além disso, no período histórico do NT já existia uma tradução do AT para o grego. Isso quer dizer que tudo do AT recebeu uma tradução, uma versão grega, nomes, títulos, lugares, ideias.

Tendo entendido isso, podemos seguir para entender o uso de Yeshua na Bíblia. Esse nome, hebraico, é o nome dado a Josué (Yehoshua), sucessor de Moisés. É, também, é o nome dado aos diversos 'José' que tem na Bíblia.

Esse nome, então, deriva em três nomes: José, Josué e Jesus. Mas, como isso acontece?

  • José – José é o nome mais próximo de Yeshua, quando olhamos para as traduções do AT. Em grego, seu nome se distancia da versão hebraica (Iōsḗph – Joseph)
  • Josué – Josué é a melhor tradução para o nome Yehoshua, uma variação de José (Yeshua)
  • Jesus – o nome ‘Jesus’, como conhecemos e como está escrito na Bíblia, é baseado na tradução do hebraico para o grego. Nessa tradução, o nome Yeshua se tornou Iēsoûs (Jesus).

Devo chamar Jesus de Yeshua?

O consenso acadêmico é de que não. Realmente existe um movimento no mundo evangélico que propaga a ideia de que o “real” nome de Jesus é Yeshua, e de que é necessário chamá-lo assim, porque seria seu nome verdadeiro.

Mas essa tese encontra dois problemas muito básicos.

Em primeiro lugar, essa teoria desconsidera o fato de que, no tempo de Jesus, os judeus não falavam mais hebraico, falavam aramaico. Essa mudança aconteceu no período entre o exílio babilônico e o tempo de Jesus.

Isso é relevante porque os nomes, escritos ou falados, não eram exatamente os mesmo que encontramos no Antigo Testamento hebraico. Dessa forma, ainda que se preze pelo “real” nome de Jesus, não temos como saber com certeza.

Em segundo lugar, e mais importante, é que a Bíblia é a Palavra de Deus. O Novo Testamento e seus escritores escreveram em grego. Os evangelhos, as cartas e Apocalipse, todos igualmente inspirados pelo Espírito, escreveram ‘Iēsoûs’ (Jesus), não Yeshua.

O autor de Hebreus afirma que “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13:15). A qual nome ele está se referindo? Ao nome de Jesus. E como ele, o próprio autor inspirado, se refere à Jesus? ‘Iēsoûs’ – Jesus, não Yeshua.

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