Houve dois reis com nome Jeroboão em Israel. Jeroboão I, foi servo de Salomão e tornou-se o primeiro rei do reino do Norte após a divisão de Israel, apesar da liderança, acabou instituindo o culto aos bezerros de ouro. Jeroboão II reinou logo depois, ampliou fronteiras, trouxe prosperidade, mas continuou afastado de Deus. Infelizmente ambos favoreceram idolatria, deixando legado de infidelidade ao Senhor.

Jeroboão I foi o primeiro rei do Reino do Norte (Israel), após a divisão do reino unificado de Salomão. Segundo a Bíblia, ele era filho de Nebate, da tribo de Efraim, e sua mãe se chamava Zeruá, uma viúva.

Vele lembrar que Jeroboão não era irmão de Roboão, nem filho de Salomão; Roboão pertencia à tribo de Judá e reinou sobre o Reino do Sul (Judá).

Jeroboão começou como servo de Salomão, destacando-se por sua capacidade administrativa. O profeta Aías, o silonita, anunciou-lhe que Deus o escolhera para governar dez tribos de Israel, por causa da idolatria de Salomão. Após a morte de Salomão, Jeroboão retornou do Egito, onde se escondera, e foi proclamado rei pelas tribos do norte, enquanto Roboão manteve Judá e Benjamim.

Temendo que o povo voltasse a Jerusalém para adorar e assim apoiar Roboão, Jeroboão I criou dois bezerros de ouro, colocando um em Betel e outro em Dã, e declarou: “Eis aqui teus deuses, ó Israel.” Também estabeleceu sacerdotes que não eram levitas e criou um calendário religioso próprio. Essas decisões afastaram Israel da adoração ao Senhor e se tornaram símbolo de idolatria nas gerações seguintes.

Jeroboão
Jeroboão

Sua esposa não é nomeada na Bíblia, mas sabe-se que teve um filho chamado Abias (ou Abiasias), que adoeceu. Quando ela consultou o profeta Aías, este anunciou a morte do menino e o futuro desastre da casa de Jeroboão, por causa de seus pecados.

Jeroboão I reinou cerca de 22 anos, enfrentando conflitos com Roboão e seu filho Abias, rei de Judá. Morreu e foi sucedido por seu filho Nadabe. Seu legado foi de desobediência e idolatria: a expressão “pecados de Jeroboão, filho de Nebate” tornou-se um lembrete bíblico de como o desvio espiritual de um líder pode corromper toda uma nação.

Estudo Bíblico sobre Jeroboão I

Os pecados de Jeroboão I

Os pecados de Jeroboão I, segundo a Bíblia (1 Reis 12-14), referem-se principalmente à idolatria e à desobediência direta a Deus. Após se tornar rei do Reino do Norte, ele temeu que o povo voltasse a Jerusalém para adorar no templo e, assim, apoiasse Roboão, rei de Judá. Para evitar isso, Jeroboão criou dois bezerros de ouro, espalhando o culto a imagens.

Jeroboão I também instituiu sacerdotes que não eram levitas, contrariando a lei de Moisés, e criou um calendário religioso próprio, com festas diferentes das ordenadas por Deus. Essas ações corromperam o culto verdadeiro e levaram toda a nação à idolatria. Ele também não se arrependeu, mesmo após o profeta Aías anunciar o juízo de Deus sobre sua casa.

O termo “pecados de Jeroboão, filho de Nebate” tornou-se uma expressão repetida nos livros de Reis, descrevendo o padrão de idolatria seguido por quase todos os reis de Israel.

O pecado de Jeroboão foi substituir a adoração ao Senhor por práticas idólatras, deixando um legado de infidelidade que marcou profundamente a história espiritual de Israel.

Nadabe, filho de Jeroboão I

Nadabe foi filho de Jeroboão I e segundo rei do Reino do Norte (Israel), conforme relatado em 1 Reis 15:25-31. Ele subiu ao trono após a morte de seu pai e reinou por apenas dois anos, em Samaria.

Seguiu os mesmos pecados de Jeroboão I, continuando o culto aos bezerros de ouro e mantendo o povo em idolatria, afastado da adoração ao verdadeiro Deus.

Durante seu reinado, Nadabe guerreou contra os filisteus e sitiou a cidade de Gibetom, que pertencia a Judá. Foi ali que Baasa, um de seus oficiais, conspirou contra ele e o matou. Após o assassinato, Baasa assumiu o trono e exterminou toda a descendência de Jeroboão I, cumprindo assim a profecia do profeta Aías, que havia anunciado o fim da casa de Jeroboão por causa de seus pecados. Nadabe é lembrado como um rei breve, infiel e sem arrependimento.

O que aprendemos com Jeroboão I

A história de Jeroboão I ensina lições profundas sobre liderança, fé e obediência a Deus. Ele começou com uma grande oportunidade: foi escolhido por Deus para reinar sobre dez tribos de Israel.

Em vez de confiar em Deus, Jeroboão agiu movido pelo medo e pela insegurança, temendo perder o poder se o povo voltasse a adorar em Jerusalém. Essa falta de confiança o levou à idolatria, criando bezerros de ouro e desviando o coração da nação.

Aprendemos com isso que a desobediência, mesmo com boas intenções políticas ou pessoais, nunca agrada a Deus. Quando colocamos a segurança, o sucesso ou a aprovação humana acima da fidelidade a Ele, abrimos caminho para o erro.

Jeroboão também mostra que as decisões de um líder têm consequências coletivas: sua idolatria influenciou gerações e se tornou um exemplo negativo constante na Bíblia.

Sua história nos alerta a valorizar a obediência, a humildade e a fé. Confiar em Deus, mesmo quando o caminho parece incerto, é sempre a escolha mais sábia. Assim, Jeroboão I nos lembra que o poder e as conquistas são passageiros, mas a fidelidade a Deus deixa um legado eterno.

A história de Jeroboão II

Jeroboão II foi filho de Jeoás, rei de Israel (reino do Norte), e pertencia à dinastia de Jeú. Reinou em Samaria por cerca de 41 anos (2 Reis 14:23-29), sendo um dos governantes mais longos e prósperos do reino do Norte.

Seu reinado marcou um período de estabilidade política e crescimento econômico. Jeroboão II conseguiu restaurar antigas fronteiras de Israel e recuperar territórios que haviam sido perdidos para a Síria. Sob sua liderança, o país experimentou prosperidade e segurança, conforme havia sido anunciado pelo profeta Jonas, filho de Amitai.

Entretanto, a abundância material não foi acompanhada por renovação espiritual. Durante seu governo, persistiram práticas de idolatria e injustiça social. Os profetas Amós e Oséias denunciaram o luxo excessivo dos poderosos, a exploração dos pobres e a falsa religiosidade que dominava o povo. Apesar de Israel prosperar externamente, o afastamento de Deus crescia internamente.

Após a morte de Jeroboão II, o reino entrou em rápido declínio. A aparente força conquistada durante seu reinado revelou-se frágil diante da corrupção e da falta de fidelidade espiritual. Poucas décadas depois, Israel foi conquistado pela Assíria, em 722 a.C.

Jeroboão II é lembrado como um rei que trouxe prosperidade e expansão ao reino do Norte, mas cujo período de glória foi ofuscado pela decadência moral e espiritual do povo.

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