A parábola dos dois filhos é uma história que Jesus contou para ensinar acerca da obediência verdadeira. Nesta história um homem com dois filhos diz a ambos para trabalharem na vinha. O primeiro recusou a ir, mas foi e o segundo filho prometeu ir, mas não foi.

Por meio dessa parábola, Jesus comparou o primeiro filho, aos grandes pecadores da sociedade, que se arrependeram através da mensagem divina para crer e se arrepender das suas falhas. O segundo filho foi relacionado aos grandes líderes religiosos da época, que aparentavam piedade, mas não cumpriram a vontade do Pai de verdade - sem fé nem arrependimento dos seus pecados.

Com essa interessante inversão aprendemos que Deus nos chama a arrepender de verdade e fazer o que Ele pede. Cristo espera que nos voltemos a Ele, buscando Seu caminho de justiça. E mais que uma religião de aparências, a nossa fé em Deus deve ser sincera, acompanhada de obediência prática, demonstrando concordância com a vontade do Pai.

Parábola dos dois filhos

²⁸ "O que acham? Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’.
²⁹ "E este respondeu: ‘Não quero! ’ Mas depois mudou de ideia e foi.
³⁰ "O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não foi.
³¹ "Qual dos dois fez a vontade do pai? " "O primeiro", responderam eles. Jesus lhes disse: "Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus.
³² Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele".

- Mateus 21:28-32

Nessa história Jesus ensina que Deus espera ações práticas dos seus filhos, que evidenciem e deem prova de sua fé, arrependimento e obediência. O Senhor chama pessoas diferentes para o Seu caminho de justiça. Muitas responderão, cumprindo ou não o mandamento do Pai.

Alguns recusam, num primeiro momento, negando cumprir os mandamentos de Deus, mas se arrependem e obedecem. Outros respondem afirmativamente, mas da boca para fora, e se viram a uma vida de egoísmo e desobediência, por fim, não fazem nada do que prometeram.

Explicação bíblica sobre a parábola dos Dois Filhos

Nessa parábola, um pai pediu aos seus dois filhos para irem trabalhar na vinha. O primeiro filho inicialmente recusou, mas depois se arrependeu e foi. O segundo filho concordou em ir, mas por fim, descumprindo, não foi.

Ao perguntar aos ouvintes qual dos dois fez a vontade do pai, eles reconheceram que foi o primeiro filho, que, mesmo relutante no início, acabou obedecendo ao pedido do pai. O segundo, apesar de aparentar ser bondoso e fiel à ordem do pai, enganou-o e lhe desobedeceu.

Jesus então explicou que os cobradores de impostos e as prostitutas, que acreditaram na mensagem de João Batista e se arrependeram, entrarão no Reino de Deus antes deles mesmos - homens religiosos, importantes e poderosos em Israel.

Essa parábola realça o contraste entre o embuste e a verdade final, entre aparência e essência, entre pecadores arrependidos e pecadores pretensiosos que não se arrependem.

Os líderes religiosos, que pareciam obedientes à primeira vista, na verdade, não estavam cumprindo a vontade de Deus. E aqueles que eram vistos como pecadores por todos, se se voltassem para Deus, arrependidos, alcançariam a salvação.

Por que Jesus contou essa parábola?

A Parábola dos Dois irmãos foi contada por Jesus na sequência de uma interação com os líderes religiosos judeus. Jesus estava ensinando no templo, quando foi questionado por esses homens, acerca da Sua autoridade.

Como resposta, Jesus lhes colocou uma questão, que punha em xeque a sinceridade desses líderes religiosos.
- "De onde era o batismo de João? De Deus ou dos homens?"
Eles foram evasivos, tentando não admitir sua falsidade e desobediência. Na sequência, para ilustrar melhor a atitude presunçosa e hipócrita desses homens, Jesus contou essa parábola dos Dois Filhos.

Significado dos Dois Filhos

Na história dos Dois Filhos, Jesus menciona as seguintes figuras às quais podemos relacionar aos seguintes significados:

  • O pai: representa Deus, que chama e comanda diferentes tipos de pessoas para seguirem Seu caminhos e fazerem Sua vontade.
  • O primeiro filho: inicialmente, recusa a obedecer - Jesus assemelha este filho aos cobradores de impostos e prostitutas que deram ouvidos à mensagem de João Batista. Eles, inicialmente, disseram não aos mandamentos de Deus - o que era evidente nas suas vidas de pecado e egoísmo - mas se converteram, arrependidos dos seus pecados e foram batizados. Esse filho também pode equivaler a qualquer pessoa, que reconhece ser pecador, e se arrepende de suas falhas, confiando em Jesus.
  • O segundo filho: inicialmente, concordou em obedecer, mas não cumpriu a palavra dada ao pai. Representa os líderes religiosos e fariseus da época de Jesus, que demonstravam exteriormente fidelidade e sinceridade, mas não viviam de verdade, segundo os princípios de Deus. Esse filho pode simbolizar aqueles que aparentam ser obedientes ou religiosos, mas na realidade não seguem os ensinamentos de Deus em suas vidas.
  • João Batista: foi um precursor de Jesus, que pregava o arrependimento e a preparação para chegada do Reino de Deus. Ele anunciava a justiça divina e batizava, levando muitos a crer em Deus e se arrependerem dos seus pecados. Quando Deus enviou João Batista como profeta, chamou a todos à fé e ao arrependimento de suas ações pecaminosas. Algumas pessoas, rejeitadas da sociedade, creram e se arrependeram. Mas alguns, se mantiveram na sua indiferença e arrogância, rejeitando o convite ao arrependimento dos seus pecados.
  • Os publicanos e as prostitutas: eram dois grupos considerados grandes pecadores e tidos por desprezíveis na sociedade daquela época. Os publicanos, ou cobradores de impostos, eram uma espécie de servidores públicos, empregados pelo imperador romano. Eram considerados traidores e ladrões: além de exigirem o imposto para o império, os publicanos eram conhecidos por sua injustiça e por extorquir as pessoas. As meretrizes, ou prostitutas, eram tidas em baixa estima devido à sua condição imoral, lasciva e escandalosa.

Deus convida a todos para viverem em retidão, obedecendo ao que Ele ordena. Alguns dizem sim, mas suas atitudes não correspondem ao caminho de lealdade a Deus. Outros rejeitam, tendo comportamentos pecaminosos, mas se arrependem de verdade e então se voltam para Deus, praticando o que Ele manda.

Jesus adverte sobre o engano das falsas aparências

Nesta parábola vemos dois grupos específicos representados por filhos obedientes e filhos desobedientes. Não adianta ser simpático a Jesus e, posteriormente, ser infiel.

Ao terminar a história, Jesus associa a figura descreditada de publicanos e prostitutas - que eram considerados pecadores desprezíveis daquele tempo - ao primeiro filho. E do outro lado, homens notáveis de alto prestígio na sociedade, por sua vida religiosa e envolvimento com a Lei, foram associados ao segundo filho. No final das contas, o primeiro grupo, que fez a vontade do pai, entra no Reino de Deus antes do primeiro.

Essa inversão de valores é nítida em vários outras passagens bíblicas, mostrando que Deus não se impressiona com as aparências, mas vê a essência do ser humano.

O engano que as palavras e aparências externas agradam a Deus é uma e ilusão. Aqueles homens judeus viviam uma fachada, mas eram legalistas, isto é, no fundo, realizavam seus ritos religiosos para serem louvados pelos homens, não para agradar a Deus. Eles se sentiam tão justos (por suas próprias obras) e superiores aos outros, que não precisavam de se arrepender e se voltar para Deus.

De igual modo, muitos sempre enxergam os pecados alheios, mas não veem que também precisavam pedir perdão pelos seus pecados. É preciso notar os próprios pecados e se arrepender. Este é o 1º passo.

O caminho de justiça, inclui a conversão de uma vida egoísta e arrogante para uma vida de obediência a Deus. O que conta é fazer de verdade a vontade de Deus de todo coração.

Semelhança com a Parábola do Filho Pródigo

Em certa medida, podemos fazer um paralelo entre parábola dos Dois Filhos e a parábola do Filho Pródigo. Se retirarmos todos os detalhes desta última, temos uma versão mais simplificada, nos Dois filhos.

Nas duas histórias é retratado um pai e seus dois filhos opostos. Aqui, o primeiro filho, pode ser comparado ao filho mais novo, que peca, desperdiça a herança, mas volta arrependido. Enquanto o filho mais velho, que aparentemente estava sempre junto do pai, revelou sua insubmissão final, descontente com a vontade do pai.

A parábola dos Dois Filhos é um convite à reflexão, para visualizarmos em qual dos lados estamos nós. O Pai bondoso não renegou nenhum dos filhos, por isso ainda há tempo para ir trabalhar na Sua vinha.

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