Na Bíblia, a diferença entre discípulo e apóstolo é que um discípulo é um seguidor de Jesus, enquanto um apóstolo é um mensageiro ou enviado escolhido por Jesus Cristo.

Apóstolos foram escolhidos e comissionados diretamente por Jesus para uma missão específica, enquanto discípulos eram simplesmente seguidores que buscavam aprender com Ele. Todos os apóstolos foram discípulos, mas nem todos os discípulos foram escolhidos para serem apóstolos.

Apóstolos Discípulos
Definição Enviado, mensageiro ou embaixador escolhido por Jesus Cristo. Pessoa que aprende de um mestre e o segue. Qualquer cristão, ou seguidor de Jesus.
Escolha Escolhidos e comissionados diretamente por Jesus para uma missão específica. Simplesmente seguidores que buscavam aprender com Ele.
Relação com Jesus Todos os apóstolos foram discípulos, que estiveram presencialmente com Jesus. O nome apóstolos foi dado especialmente aos 12 discípulos mais próximos. Todo apóstolo foi um discípulo, mas nem todos os discípulos foram apóstolos.
Número Doze, escolhidos por Jesus, além de Matias e Paulo. Muitos. São todos os que decidiram seguir Jesus.
Missão Específica Fundar a igreja de Jesus Cristo. De fato, eles foram o fundamento da Igreja de Cristo (Efésios 2:20, Apocalipse 21:14) Aprender com Jesus, seguindo seus ensinamentos e transmitindo-os a outros. Jesus enviou 72 discípulos para anunciarem o Reino de Deus (Lucas 10:1).
Experiências Únicas Viveram e aprenderam com Jesus, foram testemunhas oculares de sua ressurreição. Não necessariamente tiveram as mesmas experiências únicas e pessoais dos apóstolos.
Possibilidade Atual Não é possível existir um apóstolo hoje, nos mesmos moldes dos 12. Num sentido mais alargado, por anunciar o Evangelho, outros também foram chamados de apóstolos (Atos 14:14). Ainda hoje, quem ama a Cristo e o segue é considerado um discípulo de Jesus.
Nomes Simão Pedro, Tiago (filho de Zebedeu), João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão (o zelote), e Judas Iscariotes. Além desses, Matias que substituiu Judas Iscariotes e o apóstolo Paulo (1 Coríntios 15:9). Não são mencionados especificamente.

Quem são os apóstolos

Os apóstolos foram doze homens escolhidos por Jesus:

Estes são os doze que ele escolheu: Simão, a quem deu o nome de Pedro;
Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que significa "filhos do trovão";
André; Filipe; Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu;
Tadeu; Simão, o zelote; e Judas Iscariotes, que o traiu.
- Marcos 3:16-19

Os Doze Apóstolos receberam uma missão especial da parte do próprio Deus: fundar a igreja de Jesus Cristo. É por essa razão que eles foram chamados diretamente por Jesus a seguí-lo e passaram três anos vivendo e aprendendo com ele.

Depois que Judas Iscariotes traiu Jesus, os discípulos se reuniram para substituir o traidor e manter o número escolhido por Jesus, doze. Como critério para essa escolha, características muito específicas foram definidas:

Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós,
desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição."
- Atos 1:21-22

Não é possível existir um apóstolo atualmente na mesma categoria que os Doze, porque precisaria passar por essas experiências.

A única exceção é o apóstolo Paulo que, como ele mesmo afirma, é um nascido fora de tempo:

Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos;
depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo.
Pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus.
- 1 Coríntios 15:7-9

Quem são os discípulos

O pesquisador do contexto histórico do Novo Testamento, Craig Keener, define "discípulo" da seguinte maneira:

Estudantes ou seguidores dos rabinos ou filósofos, comprometidos, em geral, com a memorização e a prática dos ensinamentos do mestre. Membros dessas escolas poderiam transmitir os ensinamentos considerados canônicos de uma geração para outra.¹

Como Jesus se tornou um grande mestre, ele acabou atraindo para si muitos discípulos.

Em certo ponto de seu ministério, Jesus enviou setenta e dois discípulos para anunciarem o Reino de Deus.

Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir.
- Lucas 10:1

Essa é a única passagem, de todos os quatro evangelhos, que registra a missão dos setenta discípulos. Mas não é a única que menciona mais discípulos do que os Doze. Após um duro ensino de Jesus, muitos discípulos decidem deixar de segui-lo.

Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?"

Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
- João 6:60, 66

Esses que deixaram de seguir Jesus certamente não era nenhum dos Doze, uma vez que adiante na narrativa de João eles estavam presentes.

A diferença entre discípulos e apóstolos

A confusão de termos é natural, porque a Bíblia chama os Doze de discípulos também, como em:

Quando acabou de instruir seus doze discípulos, Jesus saiu para ensinar e pregar nas cidades da Galileia.
- Mateus 11:1

Nesse texto, os Doze Apóstolos são chamados de "doze discípulos". Fato é que cada texto deve ser analisado individualmente, ainda que em muitos não faça a menor diferença entre qual grupo se está falando.

Sendo um discípulo de Jesus hoje

Quando Jesus ascendeu aos céus, deu uma missão à toda Igreja: fazer discípulos. Os discípulos são de Cristo, não de qualquer outra pessoa, já que são inteiramente baseados no ensino de Cristo.

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
- Mateus 28:19-20

Se você ama a Cristo e o segue, é um discípulo dele e deve se empenhar como tal.

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Obras Citadas

¹ Craig S. Keener, Comentário histórico-cultural da Bíblia: Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2017. Pag. 917-918